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Foto do escritorJoão Moscão

A força das metanálises...

Duas recentes metanálises (Schoenfeld, 2016/2017), apesar de terem verificado não haver diferenças significativas na força ou hipertrofia, quer as cargas sejam elevadas ou baixas - desde que levadas até à falha - fizeram uso das estimativas da magnitude dos efeitos para concluir que existia uma tendência para as cargas elevadas serem superiores. Mesmo que seja verdade, devemos considerar o uso de cargas elevadas um risco demasiado alto, para seguirmos apenas uma "tendência". Depois, as metanálises tendem a herdar as falhas metodológicas dos estudos analisados (Arruda, 2016; Carpinelli, 2017), sendo habitual considerarem estudos com grande heterogenia de protocolos de treino e de testes de medição de força e hipertrofia - não raras vezes, consideram estudos com diferentes definições da variável intensidade (Gentil, 2017) - a este respeito, esta duas metanálises de Schoenfeld não fogem à crítica. Tanta diversidade metodológica incluída numa só metanálise, que tenta concluir um resultado único, irá literalmente amplificar os erros dos estudos considerados.


De qualquer modo, deixo aqui 2 excertos, diretos do corpo do texto das referidas metanálises, para que se perceba que não é imprescindível usar cargas elevadas para o aumento de força e massa muscular no contexto de fitness e saúde:


"This meta-analysis provides compelling evidence that training with loads ≤60% 1 RM can promote substantial increases in muscle strength and hypertrophy in untrained individuals (...) Given the dearth of data on experienced lifters, future research should focus on elucidating the response..." (1)


"Given the robust increases from low-load training on measures of isotonic and isometric maximal strength, and the similar changes in muscle hypertrophy when compared with heavy loading, there is significant flexibility in the loading ranges that can be prescribed to promote muscular strength and mass." (2)


Independentemente do que está escrito no sumário e conclusão dos referidos estudos, as secções dos resultados e discussão são inequívocas e tornam clarividente a opinião do autor velada de conclusão - todos temos direito a opinião, mas neste tipo de publicações deve estar bem evidente quando o é (e não foi o caso). Recomendo que leiam os artigos e façam a vossa apreciação, à luz da vossa prática diária e do tipo de cliente que acompanham.


Advertência


O presente artigo está protegido ao abrigo do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos (CDADC). A utilização não autorizada – além da partilha direta deste link e do uso como breve citação em artigos e críticas – pode configurar a prática de um crime de usurpação ou contrafação (arts. 195º e 196º do CDADC) para além de incorrer em irresponsabilidade civil conducente a um pedido de indemnização.


Referências:


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