O treino com velocidades de execução rápidas é importante para os atletas competitivos? É, sem dúvida! É benéfico para o cliente recreativo de ginásio? Sim, é benéfico, e há literatura que o defende. Agora, é essencial? NÃO! É necessário? NÃO!
As modalidades de fitness que exigem execução explosiva são cada vez mais, e mais populares. Entretanto, a população dos ginásios não está preparada para tal. Antes de mais, é necessário que o cliente seja preparado para chegar a este nível de desempenho físico; depois, há que perceber que os atletas competitivos são acompanhados por Treinadores e Preparadores que dedicam as suas vidas ao estudo das variáveis que compreendem a otimização e maximização dos resultados físicos e competitivos - não creio que esta tarefa seja do Técnico de Exercício Físico - eu, confesso, muito humildemente, não entendo o suficiente para tal.
A saúde física beneficia com o aumento de força, hipertrofia, etc. Mas isto não obriga, necessariamente, ao uso de velocidades de execução rápidas. Além do mais, segundo o princípio força-tempo, quanto menos tempo dispomos para provocar movimento num objeto, maior terá de ser a magnitude da força produzida, e isto aparenta até ser um claro benefício. Mas, segundo o princípio força-velocidade, quanto maior a velocidade de execução do movimento, menor será a força possível de ser produzida, o que já não é uma clara vantagem, ao estarmos a falar no contexto de treino recreativo em ginásios (para a saúde). De qualquer das formas, mesmo que aceitemos os benefícios do treino explosivo, temos de perceber que «a primeira vantagem biomecânica de um período de aplicação de força mais longo é a SEGURANÇA, porque o pico de força experienciado pelo corpo (e consequentemente o stress nos tecidos) irá ser menor do que durante um período curto de aplicação da força» (Knudson, 2007). A considerar ainda, é percentagem de lesão nas modalidades de força com características explosivas, que vai desde os 20% aos 74%*. Portanto: CALMA! (ou preparem-se muito bem antes...).
*Smith, 2004; Bruce-Low, 2007; Fisher, 2014; Hak, 2014; Weisenthal, 2014; Hopkins, 2017; Mehrab, 2017; Montalvo, 2017; Claudino, 2018.
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