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Sabemos mesmo da importância do Exercício para a Saúde?

Atualizado: 14 de mai. de 2022

O exercício físico (EF) tem ganho cada vez mais adeptos pelos mais diversos motivos. Alguns por motivos estéticos, onde o principal objetivo é unicamente o bem-estar físico. Outros por motivos recreativos, unicamente pelo bem-estar mental. Mas, onde fica a saúde no meio disto tudo?


Todos os dias recebemos a informação de que a prática de EF é fundamental para a saúde. Através da prática de EF conseguimos uma função metabólica melhorada, nomeadamente a melhoria ou normal regulação da glicose sanguínea e sensibilidade à insulina (1), controlo dos níveis de pressão arterial e prevenção de doenças cardiovasculares (2), prevenção do cancro (3), doenças neurodegenerativas (3), dislipidemia (3), problemas articulares (4,5), alzheimer (3), artrites (4) e artroses (5). Basicamente, o desafio à homeostase provoca um desafio saudável para que o corpo seja obrigado a autorregular-se.


Para termos melhor noção da importância do exercício na saúde, segundo a Bipartisan Policy Center, 50% da nossa manutenção de saúde deveria depender do estilo de vida (alimentação, EF, estudo, cultura), 20% do meio ambiente, 20% de fatores genéticos e apenas 10% a recursos a cuidados médicos e medicação. Em vez disso, atualmente para termos uma saúde plena (ou na tentativa disso) recorremos 88% a serviços médicos e medicação e apenas 4% ao estilo de vida equilibrado. Ou seja, caso a população realmente tivesse a verdadeira noção do quão é importante manterem-se ativos, 78% dos serviços médicos seriam dispensáveis! (Já imaginaram que bom seria um Serviço Nacional de Saúde sem estar sobrelotado?).


Segundo o Instituto Nacional de Estatística, as despesas em “saúde” aumentaram 3% em 2017. Já em 2015, segundo a mesma instituição, foram gastos 1534€ por pessoa em serviços de “saúde”. Se quisermos conjugar estes dados com os anteriores, se a população realmente se preocupasse com a saúde, 78% do valor gasto seria poupado. Isto equivale a 1196,52€ por pessoa por ano (talvez fosse inteligente apostar este valor para criar condições para a população se mexer). Ainda em 2015, 29,8% dos óbitos registados foram devido a doenças do aparelho circulatório (10,8% de AVC, 6,7% de doença isquémica do coração, 4% de enfarte do miocárdio) e 24,5% foram devido a tumores malignos. Ou seja, 54,3% das mortes foram devido a doenças cuja prática de EF e o estilo de vida poderiam prevenir numa boa parte.


Mas, afinal, o que está a falhar?


Sem qualquer suporte científico, eu diria que uma das principais razões é a falta de informação que a população tem acerca da verdadeira importância e poder do exercício. E quando falamos em população, referimo-nos aos mais e aos menos formados, desde os médicos aos operários, desde os agricultores aos engenheiros, toda a população. E neste aspeto, quem deverá alertar a população para estes factos? Faria todo o sentido este ser o papel do profissional de exercício físico e de todos os grupos que trabalham com a saúde. É necessário em primeira mão o profissional ter a verdadeira noção da importância do EF para a saúde para que possa sensibilizar e mover os outros em prol da saúde da população.

Para reflexão: estaremos nós a fazer o que devemos para mover os outros até nós?


Referências:


1- Sergio Di Meo, Susanna Iossa and Paola Venditti, 2017 Improvement of obesity-linked skeletal muscle insulin resistance by strength and endurance training, Journal of Endocrinology 234, R159–R181.

2- Martin G. Schultz, Andre La Gerche and James E. Sharman, 2017 Blood Pressure Response to Exercise and Cardiovascular Disease, Curr Hypertens Rep 19: 89.

3- Helios Pareja-Galeano, Nuria Garatachea, Alejandro Lucia, Exercise as a Polypill for Chronic Diseases, Progress in Molecular Biology and Translational Science 1877-1173.

4- Metsios GS, Stavropoulos-Kalinoglou A, Kitas GD, 2015, The role of exercise in the management of rheumatoid arthritis, Expert Rev Clin Immunol 11(10):1121-30.

5- Moreira LD, Oliveira ML, Lirani-Galvão AP, Marin-Mio RV, Santos RN, Lazaretti-Castro M, 2014, Physical exercise and osteoporosis: effects of different types of exercises on bone and physical function of postmenopausal women, Arq Bras Endocrinol Metabol 58(5):514-22.

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